Mais um conteúdo nascendo neste canal! 🙏
(Sim, isso foi uma referência às Dragbox)
Que semana, hein, meus queridos.
Hoje eu quero começar falando dos 3 casos emblemáticos dos últimos dias: as polêmicas com a L’Ocittane au Brésil, a Bauducco e a Lacta (Bis).
Mas aqui não é o Fofocalizando, apesar de estar parecendo muito nessa edição kk. Então eu busquei ajuda dos universitários para avaliar com dados (ai, como é data-driven ela) os impactos dessas crises. E quem veio me ajudar nessa edição é ela: Juliana Freitas do Dataísmo. 🤩
Bora fazer um recap então.
L’Occitane au Brésil lançou uma campanha linda, mas que logo gerou burburinho por causa do caju. Sim, a fruta mesmo. No vídeo, eles mostram um caju biologicamente errado - pendurado de cabeça pra baixo e numa árvore que nem era de caju. E, sim, falaram um monte nas redes sociais sobre isso. Até o Instituto Caju Brasil repudiou a campanha e pediu que a empresa corrigisse o erro. E, bem, a marca optou por alegar que a campanha era lúdica e sempre foi a proposta gerar estranhamento. será??
Quando a marca Bis, da Lacta, anunciou o patrocínio do influenciador Felipe Neto, a direita não gostou (Ah, tadinhaaa… poxa, que barra). Desde que começou a criticar Bolsonaro e aderiu, inclusive, à campanha de Lula, Felipe Neto foi abandonado pelas marcas brasileiras que ficaram meses sem contratá-lo para parcerias. Até Bis retomar as publis do rapaz. Por conta da novidade, a hashtag #BisNuncaMais entrou nos TTs no ex-twitter, e os bolsonaristas tentaram levantar um boicote. Eles até resolveram abraçar marcas como KitKat, mas aí descobriram que KitKat tinham pautas progressistas também kk. Insira aqui aquele meme da Jojo Toddynho falando: ai ai… é tanta coisa que parece ser piada…
E ontem, a Bauducco estava toda feliz, coitada, comemorando seu rebranding onde priorizava o amarelo nas cores da marca. Até aí, tudo bem. Para a celebração, uma música, Magia Amarela, foi encomendada para Juliette e Duda Beat, que ajudariam a colocar em evidência o rebranding. Mas eis que o irmão do Emicida, Fióti, fundador da gravadora Laboratório Fantasma, alega publicamente que houve um plágio da música…. AmarElo. Esse YouTuber fez uma análise completa comparando as músicas e até mesmo contando em detalhes a história. Resultado: Bauducco publicou uma nota e cancelou todas as ações.
Agora, bora entender os impactos em social desses rolês todos? Com vocês, Juliana Freitas! (Segue ela, poxa vida)
Fonte: Juliana Freitas/dataismo | Parceria editorial exclusiva com Spike by NewsWhip. Dados de 12/10/23 a 19/10/23.
Caso L’Occitane au Brésil
O caso da L'Occitane é um pouco mais complexo que os outros. Ou, como diz o meme: muitas camadas. Observamos comentários positivos de fãs do influenciador, mas críticas à marca. Do ponto de vista de negócio, eu gostaria de levantar duas questões. A primeira é que, se o público-alvo da campanha era o Nordeste, infelizmente, pelo menos na internet, no nicho de muitos perfis sobre nordestinos (e feitos por nordestinos), foi mal recebido. Eles possuem milhares de seguidores e seus stories + reels repercutiram em tom jocoso, dizendo que um verdadeiro nordestino sabe o que é um pé de caju. Para a escuta cultural, isso é negativo. Mas vale entender além do digital. Branding, reputação e negócios precisam ser acompanhados com o tempo.
Repercussão do assunto
A curto prazo: infelizmente, outro gerenciamento de crise na criação publicitária. E ganhou camadas culturais, já que nordestinos não gostaram e se manifestaram.
Mexeram com um símbolo cultural de uma região. O que é delicado. Veja bem, desde as eleições de 2014 e do filme Bacurau o orgulho de ser nordestino se intensifica. É por isso que eu acho que precisamos falar também do Nordeste Washing e de ter criativos, pensantes, antropólogos nordestinos.
Bastante repercussão nas redes sociais e pouca na mídia. Assim como tudo o que envolve o nordeste, é nas redes (e não na mídia tradicional) que o nordestino está.
A longo prazo: Podemos medir o impacto real do comercial nas ações da empresa, possíveis boicotes ou buycots. Especialmente no nicho do brasileiro nordestino ou do brasileiro que se liga às culturas brasileiras.
Essa notícia da Folha foi a mais compartilhada no Facebook, o Manual do Mundo também comentou o assunto, e até o governo do Rio Grande do Norte surfou no hype.
Caso Lacta (Bis)
O caso do Felipe Neto com a BIS na CCXP é um pouco diferente do caso da Bauducco, que veremos a seguir, pois não se associa a casos de direitos autorais e criatividade, mas a um espaço de cultura geek e parceria paga com o youtuber. A marca já tem um posicionamento descontraído e bem aceito nas redes. Felipe Neto já abre suas posições políticas e sociais há anos. E os fãs do BIS são igualmente de linguagem dos memes, o que acabou não mudando depois das críticas ao Felipe Neto. Continuaram a agir do mesmo modo.
Vale lembrar que a queda das ações foi uma divulgação dos perfis bolsonaristas, o que pode valer uma segunda checagem. Normalmente, a bolsa de valores já flutua. Resta saber se o consumo realmente mudará.
Repercussão do assunto
A curto prazo: guerra no terreno digital, com Twitter mais esquerdista em perfis pequenos, direitista em perfis verificados e Youtube mais bolsonarista.
A longo prazo: a flutuação das ações não se refletiu em boicote até o momento, e os bolsonaristas afirmam comprar KitKat, que também é progressista.
Ao todo, estimamos 174 artigos publicados na mídia sobre o assunto, sendo esta a notícia mais compartilhada no Facebook e essa da Folha com mais de 19 mil interações no instagram. No YouTube, influenciadores da direita envolvidos com política foram os que tiveram vídeos com mais engajamento, como foi com o Nando Moura, Kim Kataguiri e Mamãe Falei.
Caso Bauducco
O assunto virou um dos grandes temas dos últimos dias. O termo "plagiete" entrou nos trending topics do Twitter e o assunto invadiu os portais de notícias. Perfis de celebridades do Instagram com milhões de seguidores também falaram, e chegou ao TikTok e Youtube. Furou a bolha de uma só rede e escalou para todos os envolvidos. Para além das redes sociais, aconteceu a necessidade de gerenciamento de imagem. No meio disso tudo, diversas versões sendo postadas e apagadas nas redes sociais. Isso gera desconfiança nas pessoas pois, se era verdade, qual o motivo de apagar? Envolveu discussões sobre direitos autorais e racialidade (assunto que Rapha Lima Costa pode falar melhor).
Repercussão do assunto
A curto prazo: fãs defendem seus artistas favoritos.
A longo prazo: caso seja lançado, o consumidor dirá se fará boicote e impactar vendas e os negócios ($) desses artistas.
Estimamos que 84 artigos foram publicados na mídia sobre o assunto, sendo o Metrópoles o jornal que teve mais compartilhamentos. Ao todo, o veículo tem 2,348,489 fãs. A notícia mais popular também foi do mesmo veículo. E a notícia sobre o Emicida postar e apagar, também do mesmo veículo, foi a segunda maior. Nas redes sociais, o post de maior impacto foi jornalista Fefito.
E aí? O que você avalia dessas três situações?
E o que achou dessa visita ilustre da Ju aqui no Achadinhos? Vem mais por aí!
📅 Previously on AdB #12 - O que você pode ter perdido sobre a edição passada:
👁️ Brand to Watch: “Vamos mudar a Beleza.”, diz Dove
Se existe um bom exemplo de marca que vem consistentemente trabalhando um posicionamento, é a Dove. Afinal de contas, quem não se lembra de campanhas icônicas deles sobre autoaceitação da beleza?
Pois mais uma vez, eles batem nesta tecla. No início do ano, lá na América do Norte, produzida pela Ogilvy Canada e a David Miami, a Dove lançou a campanha “The Injectable Billboard”. Nela, um painel enorme feito com mais de 51 mil seringas evidencia o número de procedimentos estéticos que as adolescentes canadenses estão se sujeitando cada vez mais.
Mas, mais do que uma mensagem de conscientização, a campanha é um chamado e uma ação efetiva por meio de um abaixo-assinado.
“As redes sociais dizem que elas não recomendam procedimentos estéticos para jovens menores de idade. Mas basta rolar o feed por alguns minutos para ver isso [cenas de aplicações de toxinas no rosto com finalidade estética]”, diz o início do filme. A partir daí, a Dove convoca as pessoas a assinar uma petição para mudanças nas plataformas.
A Dove enviou cartas com seringas para parlamentares e coletou mais de 76 mil assinaturas para seu abaixo-assinado. Veja o vídeo e os resultados da campanha aqui.
🏆 Achadinhos da Semana
Marcas e profissionais que vem fazendo bom trabalho de branding
📧 Brands For Future: a nova Newsletter da Flora Setta
Na última quarta-feira, a Flora Setta, que faz um conteúdo incrível sobre Branding nas redes sociais, lançou sua newsletter “Brands For Future”. A proposta é falar de marketing, branding, growth, ESG e liderança. Tudo isso por meio de cases, insights, métodos e entrevistas. E, falando em entrevistas, a primeira edição já revela que na edição da semana que vem vai ter um resumão de um papo da Flora com David Aaker - um dos maiores especialistas em Branding no mundo. Assim como o Achadinhos, a news também está disponível para assinatura gratuita no Linkedin e no Substack. Se liga, hein!
🔥Creators Boost com inscrições abertas
Até o dia 26 (quinta), o YouPix está com inscrições abertas para o Creators Boost. Se você quer começar ou já tem uma carreira de influenciador, talvez seja legal participar! Saiba mais aqui.
🔎 FutureBrand Index 2023
A análise anual da FutureBrand sobre as marcas com mais força saiu há pouco mais de uma semana. Com base em 18 experiências e atributos de propósito, neste ano, assim como em 2016 e 2020, a Apple ficou em primeiro lugar no ranking como “Marca mais preparada para o futuro”. Entre os critérios, podemos citar “confiança”, “inovação”, “bem-estar das pessoas”, “gestão de recursos, “indispensabilidade da marca”, entre outras. A Apple saiu em disparada em relação aos demais concorrentes justamente por conta do lugar de indispensabilidade de seus produtos, além do gerenciamento de recursos. Você confere a lista completa aqui.
😖 Fadiga da Performance
Neste recente post da Box1824, uma pesquisa evidencia o surgimento de um novo comportamento (ou uma reação, para ser mais exato) cultural na sociedade: as pessoas estão de saco cheio de ter que performar online. Os algoritmos cansaram e isso provoca mudanças bruscas no jeito de se relacionar.
Excesso de informação, redes sociais que estimulam comparações entre vidas, disfunções de interações, sobrecarga de socialização online e muito mais. As pessoas parecem estar se voltando mais para si mesmas e ao invés de compartilhar conteúdo com o mundo, elas preferem encaminhar na DM para alguém que elas se importam e vão se reconhecer naquela intimidade.
Como será a construção de branding num espaço online cada vez mais saturado?
That’s all, folks. Este foi o Achadinhos de hoje.
Um beijo & um queijo. Até a próxima sexta de manhã!
No mínimo essas marcas tem lhe dado um bom material pra comentar hein!
Que beleza de news, meu caro. E achei sensacional a participação da Juliana, vou seguir e é já!